“A sua misericórdia dura para sempre”, repete o salmista incansavelmente, tomado pela alegria que o conhecimento do amor de Deus gerou em seu coração. No hebraico, o termo traduzido por misericórdia - hésed – é amplo em significado e abrange também atributos como bondade, lealdade e amor. O amor de Cristo nos constrange, comentava Paulo, que mesmo em meio às dificuldades, insistia aos irmãos de Filipos:
Quanto ao mais, irmãos meus alegrai-vos no Senhor. A mim não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas (Fl 3.1).
Na que é provavelmente sua carta escrita em tom mais pessoal, Paulo reitera que está alegre e exorta seus irmãos nesse sentido. E lá está a alegria como item do “fruto do Espírito” na carta aos gálatas, o que nos leva a considerá-la como resultado direto da presença de Deus em nossas vidas (Gl 5:22-23).
Cristo disse que no mundo teríamos aflições, mas daí para dizer que esta vida é um “vale de lágrimas” há uma bela distância. Já cheguei a dizer que não acredito em depressão em cristãos maduros por motivos meramente emocionais, contingenciais, e ainda reluto em admitir que tenha exagerado. Foi Cristo que disse: “Tende bom ânimo”. Certamente há algo de muito errado na vida espiritual de quem está sempre melancólico, por mais que motivos não faltem para nos entristecer e revoltar. Mas deixar os sofrimentos do presente tomarem conta da nossa alma é ceder à “tristeza segundo o mundo”, que “produz morte” (2 Coríntios 7:10). É dessa depressão, dessa tristeza patológica a que me refiro.
Enfim, as promessas bíblicas para os que forem fiéis a Ele são muitas, e “seus mandamentos não são penosos” (1 João 5:3). Portanto, associar ortodoxia, fidelidade estrita à Palavra de Deus, a legalismo e a fardos farisaicos é um disparate que só aqueles que, segundo Eric Voegelin, “não possuem a força espiritual exigida para a heróica aventura da alma que é o Cristianismo” poderiam conceber.
“A lei do Senhor é perfeita e seus mandamentos alegram o coração”. A melhor alternativa para quem quer viver uma vida alegre é obedecer ao Senhor, buscar “o centro da Sua vontade”, como se diz. Vontade que, testificou o apóstolo, porque a experimentou: é boa, perfeita e agradável.
"O intelectualismo isolado é como o luar, porque é uma luz sem calor, uma luz secundária refletida por um mundo morto. (...) a lua é completamente racional; a lua é mãe dos lunáticos, e a todos eles deu o seu nome." G. K. Chesterton
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
Procura-se contra-argumentos decentes
Se hoje há um perfil de pessoa que consegue, em qualquer conversa, calar minha boca, é aquela que, visível e assumidamente desinformada, ratifica seus posicionamentos primários, seus preconceitos mais pueris, mesmo após ouvir um considerável montante de informações novas e explanações – as quais até considera corretas, plausíveis e lógicas. Isso não só me cala como me assusta. Pois parece que nada mais importa a tais pessoas além de seus achismos simplórios, que lhe dão todas as explicações possíveis sobre tudo, bem como a medida de sua visão de mundo.
O que me preocupa na atual ideosfera brasileira não é só a existência dessas pessoas. É constatar que a maioria esmagadora comporta-se dessa forma. Disparando clichês e frases-feitas assim que se toca em certos assuntos. Tais reações variam do gracejo bobo – alguns já bem previsíveis – até manifestações de fúria e severa reprovação.
Triste é perceber que parentes, amigos e outros que até ontem eu considerava esclarecidos estão desse jeito. Antes fossem apenas os âncoras dos telejornais...
Se hoje o louco da história sou eu, tudo bem. O futuro dirá. Ficarei feliz em estar errado. Se estiver correto e se tudo continuar como está, espero que Deus me permita, quando esse futuro chegar, estar bem longe do Brasil.
Que o Senhor sare essa nação. Porque o que se planta, colhe.
O que me preocupa na atual ideosfera brasileira não é só a existência dessas pessoas. É constatar que a maioria esmagadora comporta-se dessa forma. Disparando clichês e frases-feitas assim que se toca em certos assuntos. Tais reações variam do gracejo bobo – alguns já bem previsíveis – até manifestações de fúria e severa reprovação.
Triste é perceber que parentes, amigos e outros que até ontem eu considerava esclarecidos estão desse jeito. Antes fossem apenas os âncoras dos telejornais...
Se hoje o louco da história sou eu, tudo bem. O futuro dirá. Ficarei feliz em estar errado. Se estiver correto e se tudo continuar como está, espero que Deus me permita, quando esse futuro chegar, estar bem longe do Brasil.
Que o Senhor sare essa nação. Porque o que se planta, colhe.
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