sexta-feira, 28 de março de 2014

Mais-valia na “missão integral” e as manhas de Ariovaldo Ramos


Publicado no GospelPrime e no Mídia Sem Máscara.

É bom quando o culpado confessa o delito. Facilita o trabalho e reitera o valor e a veracidade de informações que divulguei, sob grossa nuvem de críticas baseadas na ignorância ou na mentira grosseira. Mais uma vez ele, Ariovaldo Ramos, ao vivo e a cores, fez o de sempre: inseriu teses seculares falsas na fé cristã. Admitindo que a “teologia” da “missão integral” (TMI) não faz uso do referencial teórico marxista, “apenas” (jamais esquecerei este “apenas”) da tese da mais-valia e da crítica ao capitalismo. Deu na Ultimato meses atrás.
Nesta quinta-feira (20), Ariovaldo Ramos publicou o mesmo texto em seu blog, justamente sem o trecho onde afirma isso e então enviou o link para o seu amigão de longa data Renato Vargens, que havia, antes tarde do que nunca, falado algo contra a TMI. Entendeu com quem estamos lidando? É assim que o “Ari” trata de questões espirituais e intelectuais com quem considera seu amigo.

terça-feira, 25 de março de 2014

(Ainda!) Jean Wyllys no Mackenzie

Publicado no blog do Julio Severo em 14/02/2014.

Já que o trololó, onze meses depois, ainda rende, vou comentar: chega a ser cômico pensar que
um evento na maior universidade evangélica do país, com o mais raivoso supremacista gay do país, foi abafado pela liderança desta universidade, e que esta liderança estava com a consciência limpíssima quanto à presença do anticristão lá dentro.
Para piorar, quem debateu com o supremacista gay era de uma organização (Anajure) da qual o então chanceler da universidade no episódio, Augustus Nicodemus Lopes, ainda faz parte, e que estava em plena fase de divulgação massiva de seus trabalhos.
Para piorar ainda mais o vexame todo, o Mackenzie até hoje não publicou uma nota a respeito. Na ocasião, o máximo que a grandeza moral dos envolvidos e de quem quis tomar parte no mico os permitiu foi caluniar Julio Severo e tentar desviar o foco da questão por meio de recadinhos e indiretas via Facebook e Twitter.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Fé cristã e política: entre o falatório e a realidade


(Publicado no Mídia Sem Máscara.)

 
Uma coisa é o Evangelho não ser nem de direita, nem de esquerda. Outra é compactuar com quem mente dizendo não haver como analisar questões políticas à luz dos princípios da fé cristã.

 
Não é muito difícil para um falastrão qualquer apresentar uma tese verdadeira em si mesma justamente para abrir o caminho para a aceitação de uma série de bobagens. Até crianças do ensino fundamental deveriam saber disso num ambiente cultural como o nosso, no qual tornou-se um vício usar a linguagem da forma mais irresponsável e malandra possível para fins políticos ou por pura egolatria.

Um exemplo sempre presente em conversas entre cristãos, quando o assunto é política é a frase: “o Evangelho não é de direita, nem de esquerda.” Eis uma obviedade, pelo simples fato do que o Evangelho, a Revelação, a Palavra de Deus, “permanece para sempre”. Já a clivagem esquerda/direita é só um meio de mapear linhas de pensamento e ação repleto de limitações, fruto de um período histórico determinado, além de ser facilmente manipulável.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Rápido comentário sobre a legalização das drogas




Sobre a liberalização das drogas

Liberar as drogas, o comércio de entorpecentes e tornar o narcotráfico uma indústria como qualquer outra: aí está uma questão que parece dividir liberais e conservadores. Entre a esquerda, é unânime: tudo o que não presta, lá naquelas bandas, rapidamente se torna consenso. Penso que do ponto de vista político, o primeiro problema - e esse é um argumento do filósofo Olavo de Carvalho - é que os primeiros a receberem muito poder com a liberalização das drogas são justamente os narcotraficantes, gente que nunca esteve preocupada com o estado democrático de direito do qual depende a tão incensada liberdade dos liberais. Com o fortalecimento político e econômico do narcoterror, que já faz amplo uso da violência por meio do seu poderio paramilitar , teremos mais liberdades civis ou mais opressão sobre a sociedade? A resposta é óbvia.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cosmovisão cristã, a igreja brasileira, e os rumos do país: uma nota


Numa conversa com um amigo no Facebook sobre o recente "endireitamento" da Bráulia Ribeiro (legal mesmo! mas tô de olho), fiz um comentário que deixo aqui por resumir muito do que tenho pensado sobre formação cristã, a hegemonia cultural da esquerda no Brasil e o papel da Igreja nessa confusão toda.


Já lembrava o Harry Blamires: para ter uma mentalidade cristã é preciso ter uma mente cristã, e para tê-la, é necessário ter um pensamento cristão. Em qual denominação brasileira isso é levado real e radicalmente a sério? Concebe-se a fé como meio de salvação, mas nunca como uma cosmovisão. Discipulado desse jeito dificilmente vai além do adestramento denominacional. O trabalho que a sentença de Blamires implica é árduo e requer pôr a mente (estudos) e o coração (curar e disciplinar a alma) para funcionarem. E mais: funcionarem de forma harmonizada, sob a batuta do Espírito Santo.

Enquanto soar como carnalidade entre cristãos realmente nascidos de novo o trato de temas que não estejam ligados diretamente às disciplinas teológicas básicas - quando a conversa ao menos nisso consegue chegar -, é muito difícil que a influência cultural real dos cristãos seja mais do que capenga. E rejeitar o esquerdismo e outras mentiras parecerá, para alguns, uma grande vitória, quando na verdade deveria ser apenas umas das primeiras lições.

Sem a busca da santidade intelectual não vai ter jeito.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sobre a acusação do vigarista Thiago Lima Barros


(A acusação dele 
está aqui. Meu artigo ao qual ele se refere é este. Sim, é um texto de junho de 2011. Sim, somente agora, em agosto de 2013, ele resolveu dar chiliquinho. Viram com quem estou lidando? Pois é. Aí tem? Tem! E não se pode esquecer da análise que Olavo de Carvalho fez das acusações de Thiago Lima Barros contra Julio Severo.)

Em meu artigo, cito o cara diretamente e por repetidas vezes ao longo de cinco parágrafos, contestando toda a lorota escrita por ele, deixando bem claro a todos que Thiago Lima Barros é um sofista, um enrolador, um esquerdista desonesto intelectualmente, e o que ele faz? Se atém a um parágrafo lá no fim do texto - quando se passaram mais de 1.300 caracteres da última vez em que citei o nome dele -, para posar de vítima. Para ele, eu “insinuo”. Será mesmo? Restaria-me dizer que ele insinua que eu insinuei, certo?

Tudo isso para se aparecer, tentar emular uma réplica e se esquivar de provar onde está o “caudal de inverdades” que eu teria escrito.

O mais engraçado da situação toda é que ele pensa que todo mundo lê tão mal quanto ele.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sempre eles

A condenação radical do conhecimento histórico e filosófico deve ser identificada como um fator importante em nosso ambiente político-social, porque aqueles que a ditam não podem sequer ser chamados de impostores intelectuais – seu horizonte de consciência é por demais limitado para que estejam conscientes de sua desonestidade objetiva. Devem, portanto, ser caracterizados como analfabetos funcionais com uma forte ânsia de autopromoção.
Eric Voegelin


No dia 22 de agosto o projeto de lei de "democratização da mídia" será lançado no Congresso Nacional. A apresentação da proposta, intitulada como “de iniciativa popular” já está sendo trabalhada e articulada com toda a vasta rede de militantes, ONG´s (Intervozes, Andi, e outras, financiadas também pelo banco Itaú), tentáculos para-partidários de que o PT e a elite globalista dispõem. Sabe-se o que querem: é o velho sonho do Zé Dirceu, o controle da mídia. Quem leu Orwell sabe que para essa turma “guerra é paz”, e neste caso, “democracia é controle”. Não se pode esquecer o que foi a Confecom e o chiste de Millôr Fernandes: “democracia é quando eu mando, quando você manda, é ditadura”, o que podemos considerar uma boa síntese da mentalidade esquerdista. Lá vêm eles de novo. O PT e seus comparsas. Graça Salgueiro destaca que o controle da mídia foi o assunto mais debatido no último encontro do Foro de São Paulo, realizado há poucos dias. E as FARC já afirmam que apóiam tal controle.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Baderna totalitária, massas nas ruas e a profecia que permanece

Em poucas horas, o pretexto-estopim, o preço da passagem, forjado por um grupo que recebia verbas do governo federal, aliado a partidos de extrema-esquerda que cooptaram punks para as manifestações, passou a ser um conglomerado de indignações genéricas, emotivas, apontadas a ninguém. Notoriamente baseadas em slogans midiáticos e sempre fundamentadas em premissas da mentalidade esquerdista, ainda que nem sempre de forma tão direta. Bastou. Dessa forma, encantaram até mesmo milhões de cristãos, levados a pensar que a “justiça” pela qual clamam os baderneiros totalitários é a mesma das Escrituras e que serviu de base para o surgimento das instituições e políticas que garantiram um mínimo de liberdade civil na civilização ocidental.

Quando a Rede Globo, o PSTU, o PSOL, petistas e ONG´s financiadas por George Soros estão TODOS irmanados num movimento, o mais elementar é concluir é que isso não evocará nem um princípio, meio ou objetivo minimamente alinhado a valores cristãos. Os quais nem mesmo nas táticas de propaganda revolucionária, montada a cooptar quem quer que seja, foram vistos. Tanto que os baderneiros já reclamam: “Não é uma causa pelos valores e pela família. Não estamos pedindo o fim do Estado – pelo contrário!” Mas há uma facilidade demasiadamente perigosa em esquecer que “o mundo jaz no maligno”. Velhas ordenanças bíblicas, como “não te associe com os revoltosos” (Pv. 24, 21,22) ou “não seguirás a multidão para fazeres o mal” (Ex. 23:2), que bem apontam o erro brutal que há em seguir massas enfurecidas, simplesmente sumiram da mente de milhares de cristãos.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Lições de Jaspers



Publicado no Mídia Sem Máscara e no Gospel Mais.



Como fogos de artifício que explodiam em brilho, mas logo deixavam tudo em trevas e caíam no absoluto esquecimento. Assim se pronunciou o maior filósofo que o Brasil já teve, Mário Ferreira dos Santos, sobre as inúmeras correntes filosóficas que surgiram desde o fim do século XIX até os anos 60. E ele se referia especialmente ao existencialismo, uma linhagem bem heterogênea e com a qual se associam nomes como Kierkegaard (seu “patrono”), Heidegger, Martin Buber, Gabriel Marcel e o escritor Jean-Paul Sartre.

A influência do existencialismo, contudo, ficou, e vale a pena examinar uma amostra do que ela trouxe, até porque perto de sandices como o desconstrucionismo, o neopragmatismo e a sanha destruidora e anticristã da Escola de Frankfurt, há muito no existencialismo que pode contribuir na análise de questões pertinentes ainda hoje, por conta não só de suas qualidades e ênfases, como também de suas próprias limitações.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Marco Feliciano: a Anajure e a perseguição anticristã


Publicado no Mídia Sem Máscara e no Gospel Mais.



“O Senhor é a Nossa Justiça”.
Jr. 33:16

As posições dos cristãos que atuam na esfera pública sem ceder às ideologias seculares são conhecidas e propiciaram, ao longo dos últimos séculos, a própria formação das democracias ocidentais. Sem perceber a influência decisiva da fé cristã, a história da formação das instituições políticas do Ocidente não pode ser compreendida de forma adequada.

O respeito à individualidade e à vida, enquanto dádiva do Criador, a primazia da família, a defesa da propriedade, a gritante falibilidade humana, e a liberdade dada por Deus para que o homem faça uso dos seus dons, exerça suas vocações, e coma do fruto do seu trabalho, sem que os poderosos deste mundo abusem do seu poder para roubar e oprimir ao cidadão comum. Tais teses, de João Crisóstomo e Santo Agostinho a Edmund Burke e Samuel Johnson, mantiveram-se por séculos no consenso entre os cristãos que buscaram fundamentar sua visão sobre questões políticas de forma fielmente fundamentada nos princípios e prescrições das Sagradas Escrituras.

sexta-feira, 29 de março de 2013

domingo, 11 de novembro de 2012

No blog Púlpito Cristão: a velha bufonaria disfarçada de análise

(Publicado em minha coluna no Gospel Mais e no Mídia Sem Máscara.)


Leio num artigo postado em um blog cujos editores garantem não serem esquerdistas (já ficou claro que mentem) a seguinte pérola:

“A convergência de fenômenos como: o estimulo ao capital e consumo, a abertura e flexibilização da mídia, aumento do poder de compra, e o desejo coletivo em consumir, proporcionaram o cenário ideal para o crescimento da teologia da prosperidade no Brasil.”

E lá vamos nós. Aí está mais um exemplo claro de “bufonaria paramarxista”, como dizia Raymond Aron.  E, mais uma vez, disfarçada de crítica eclesiológica pretensamente apologética.

A começar pelo óbvio: para o autor, o problema da teologia da prosperidade é um problema decorrente da presença do livre mercado e de um estado de direito parecido com o das democracias liberais: com a possibilidade de que cada cidadão seja responsável pela melhoria de sua própria condição econômica, com imprensa livre e os direitos de propriedade e produção assegurados.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Estes bárbaros

Publicado no Gospel Mais e no Mídia Sem Máscara.


Estes bárbaros desfrutam hoje da hegemonia cultural, que se traduz em votos. Tudo o que atacam parece fazer cada vez menos sentido na cultura que persistem em tentar remodelar. A sacralidade da vida? Não! Nas velhas eras pagãs, valia a lei do mais forte, ou o desejo dos líderes. Sexualidade saudável, dentro da família? Não! No mundo antigo, tudo se resumia a penetrador e penetrado. E gritam: “somos a vanguarda, num novo ‘momento histórico’”. Mas o que promovem mesmo é o retorno aos velhos tempos pagãos pré-cristãos.


Estes bárbaros desprezam a individualidade da pessoa, bem como seu valor intrínseco. Nivelando todos os valores, dizendo que são todos subjetivos, querem mesmo é que César diga o que é certo ou errado. O resto não passa de “constructo social”. Da suprema blasfêmia a essa paganismo segue um trecho: “Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens sejam criados de modo igual e providos pelo Criador de certos direitos inalienáveis; entre eles, a vida, a liberdade e busca da felicidade”.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Visões inconciliáveis


“O homem que diz que a verdade não existe está pedindo para que você não acredite nele. Portanto, não acredite.”
Roger Scruton

Sempre encontro ex-cristãos, pessoas que alegam terem perdido a fé. Às vezes se dizem ateus, agnósticos, ou simplesmente falam que “largaram a Igreja”. Muito raramente encontro entre estes alguém que apostatou por conta de dúvidas de ordem filosófica mais profunda ou por alguma lacuna encontrada na apologética cristã. Na verdade, buscar muita coisa nesta direção é até uma certa ingenuidade, e pode sinalizar que perdeu-se de vista a dimensão existencial e relacional do problema, algo que apologetas autênticos como Alister McGrath tem procurado resgatar.

E então, o que se vê? Bem, o que sempre se pode ver nestes casos são ressentimentos, frustrações, uma imersão gradual no mundanismo vulgar (baladas, bebedeiras, sexo casual ou nem tanto) e a subsequente batalha perdida, no âmbito moral ou emocional, para se recuperar e voltar ao Caminho. De que as igrejas muitas vezes falham, e grotescamente, não há dúvida. O filistinismo, a subserviência intelectual a postulados seculares, e o despreparo técnico e existencial puro e simples são notórios nos púlpitos, nas lideranças e seminários. A falta de sensibilidade aos fenômenos culturais mais óbvios é assombrosa. Mas não há escapatória: a responsabilidade maior é sempre da pessoa. Conheço muita gente que aturou horrores entre irmãos (reais e falsos), mas soube discernir entre a perfeição das verdades do Evangelho e a falibilidade humana dos crentes. De outro lado, temos alguns com uma abertura sincera, ainda que restrita, e também um grande pelotão com frescurites e presunção de uma superioridade moral e intelectual puramente imaginária e auto-lisonjeira. Identificar os dois casos e dar o tratamento adequado é sempre um desafio. Há polaridades e nuances.