A verdade vem de Deus onde quer que a encontremos, e ela é nossa e é da igreja. Não devemos transformar tais coisas em ídolos, mas a verdade, onde quer que a encontremos, é da igreja.
Richard Sibbes, pastor puritano.
Quase todas as grandes questões discutidas na sociedade sobretudo ao longo dos últimos três séculos, por mais que pareçam meras disputas filosóficas, políticas, ideológicas e científicas, vão além disso. Se é verdade que os desdobramentos últimos das supostas resoluções desses problemas são sempre difíceis de prever, o aspecto subjacente que deve realmente ser identificado como o grande motor da questão deve ficar bem claro aos cristãos e não deve jamais ser perdido de vista: cada conflito existente no campo das idéias, é, em essência, uma batalha na guerra espiritual entre as verdades de Deus contra os sofismas das hostes de Satanás, aquele que vem para “roubar, matar e destruir”.
Sim, a verdade é invencível, pois ela vem de Deus, e Ele mesmo é o Caminho, a Verdade e a Vida. A luta daqueles que não conhecem a Deus e o rejeitam, esses que são “por natureza, filhos da ira”, não é uma luta contra a verdade. Contra ela, eles nada podem fazer, e em certa medida, dependem dela para transformar seus ensinamentos falsos em consenso no seio da sociedade. O que eles querem, por mais apaixonados que se digam pela verdade, é encobri-la. Tantos para eles mesmos como para os outros. Querem roubá-la dos que a possuem. Destruí-la desde dentro (ah, e quantos infiltrados na igreja de Cristo...) e desde fora (você conhece um intelectual e um “livre-pensador” típico).
É claro, contudo, que há muita gente séria, mas iludida, a defender mentiras diabólicas, e pessoas que sempre rejeitaram o Deus dos cristãos, mas não a totalidade das verdades que podem ser descobertas lendo as Escrituras ou observando com um mínimo de honestidade existencial e intelectual a Criação, pela qual muito se pode conhecer dos atributos do Criador.
Mais do que disputas entre linhas teóricas, perspectivas e versões da história, o que temos é uma guerra entre a verdade de Deus e a multidão de mentiras dos “réprobos quanto a fé”, como disse o apóstolo Pedro, dos cuja linguagem “corrói como o câncer”, segundo o apóstolo Paulo, dos aprisionados pelo príncipe deste mundo. Um mundo que “jaz no maligno”.
Parece um tanto dramático? Talvez sim, para alguns. Mas percebamos ou não, a cada verdade encoberta sobre o ser humano, sobre a estrutura da existência, sobre Deus e seus planos para a humanidade, o “inimigo de nossas almas” ganha terreno. E a vida piora já em nossa época, com resultados muitas vezes imediatos. Sem falar nas dificuldades crescentes em mostrar a seres humanos cada vez mais desnorteados intelectual, social e espiritualmente, as verdades excelsas do amor de Deus, seu plano de Redenção e sua vontade específica para cada homem, vontade que é “boa, perfeita e agradável”, por mais que muitas vezes incompreensível.
Note: em cada grande reivindicação, a cada grande polêmica levantada pelos “cidadãos do nosso tempo”, os portadores da tal “consciência moderna”, há sempre uma grande objeção à fé cristã, direta, ou subjacente. Dos abortistas aos planejadores sócio-econômicos, dos eco-fascistas aos cientificistas militantes, só se pode vê-los como “pessoas em busca de um mundo melhor” se o discípulo de Cristo entender que para os tais, “mundo melhor” é sinônimo de “mundo sem o Deus Verdadeiro e suas verdades”. Essa é a “luta” deles. Uma luta contra Deus, contra seu próprio Criador.
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