sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O Natal... e os ladrões

Se o cristianismo não é digno de defesa, então o que é?
Edward John Carnell, apologeta

Natal, celebração da vida que nos foi dada mediante a Encarnação. O exemplo, o sacrifício definitivo, a manifestação de Deus entre homens. A plena liberdade, em sua equação mais precisa: servir a Deus, submeter-se a Ele, pois só Ele é perfeito, nos ama, nos criou, e nos conhece mais do que nós mesmos. Rendidos ao senhorio de Cristo, conquistamos a eternidade, a plena posse do Ser. Com o Espírito Santo nos fortalecendo, a confusão se desfaz, e manifestamos a todo povo, língua e nação que o Salvador veio, pagou o preço da nossa queda, e nos fez co-herdeiros do seu Reino.

O liberalismo teológico, um nome pomposo para as multiformes heresias que têm atacado a fé cristã ao longo da história, quer de nós roubar tudo isso. Querem dissociar o "Jesus Histórico" do "Cristo da Fé", querem negar uma realidade espiritual que Jesus tanto afirmou - a danação eterna -, querem reduzir a sã doutrina a uma suposta "missão integral" que só entende a fé como inteira se contaminada com premissas materialistas e totalitárias. Enquanto Cristo diz "vá, e não peques mais", os liberais dizem: "o pecado está em sua subjetividade". Quanto a esses enganadores, vale o aviso do apóstolo João: "acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão."

No presente estágio da história, marcado pelas conseqüências práticas dessas e outras doutrinas de demônios em quase todas as áreas da vida, resiste a celebração do Natal, sempre transcendendo as barreiras da cristandade. Ao se celebrar a vinda do Autor e Consumador da fé, da graça especial, a graça comum acaba por ser fortalecida.

Mas os falsificadores, os ladrões, continuam a espreita, e cada vez mais infiltrados. Não prevalecerão no dia do juízo, mas não querem ser derrotados sozinhos. Arrastar os incautos, repartir a derrota de forma igualitária, eis o pobre triunfo destes.

Que neste Natal, o Espírito Santo nos conduza a entender que o amor de Cristo, as verdades por Ele anunciadas e reiteradas, e o seu sacrifício definitivo, são indissociáveis, e infalíveis. Para todas as dimensões da vida.



Ps: Uma conversa muito agradável e edificante com o Jorge Isah resultou nesse post, no qual fiz mais algumas considerações sobre o liberalismo teológico. Leiam também os comentários.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Eles estão vindo

Eles vêm, meu caro. Impávidos. Não aceitam os céticos, quando o assunto é a natureza humana. Nem os crédulos, quando falam numa redenção sobrenatural e gratuita.

Eles vêm, minha amiga. Resolutos. Não vão tolerar no seu ventre o fruto dos seus sonhos. Nem a você como sacerdotisa de uma família autônoma. No máximo, uma burocrata. Rígida, estéril.

Eles vêm, meu distinto senhor. Enfurecidos. Não vão tolerar as máquinas ligadas por muito tempo para sustentar sua vida caso um derrame lhe acometa. Nem a esperança daqueles que crêem na sua recuperação.

Eles vêm, minha senhora. Despudorados. Com recursos fartos para suas orgias públicas, mas não ouse reclamar. Nem se oponha a aliciação de seus netos nas escolas, nas falsas igrejas, nem nos prostíbulos de conspiração política.

Eles vêm, reverendo. Sagazes. A imanência é a nova ortodoxia. Nada de vocações autênticas, de inspirações e ministérios espontâneos, nada de zelos teologais. O cânon é o deles, o índex, e o loteamento. Na terra, e só da terra.

Eles vêm, artista. Solícitos. Mas desde que a sua subjetividade se torne assunto de estado. Sua alma agora é panfleto, seu amor, megafone, seus pincéis, armas de fogo.
Não ouse desafinar enquanto é executada a sinfonia da supressão do espírito.

Eles vêm, trabalhador. Avarentos. Não vão tolerar outros patrões diante deles, e só a eles você prestará serviços. O profissional liberal, outro herege. As fornalhas esperam os submissos, para mover a máquina; e os rebeldes, lenha viva.

Eles vêm, cientista. Decididos. Cuide do seu relatório, pois os céus e os sóis, agora, são deles funcionários. A grande desculpa, para tudo controlarem, para tudo regularem, para tornar o círculo um quadrado.

Eles vêm, homem livre. Ardilosos. Omitindo informações. Falseando a realidade. Pervertendo o direito. Sufocando a fluidez da vida. Enaltecendo as equações frias da ideologia psicótica.

Ele vêm, meus prezados e minhas prezadas. Para construir o reinado do anticristo. A era da mentira.

E você, vai para onde?

sábado, 31 de outubro de 2009

Alguns pensamentos...

É assustadora a pressa dos que dizem “não tô nem aí” e “nem quero saber” em expor suas opiniões quando o assunto nunca antes estudado acaba por despertar algum interesse. Se a pressa pela obtenção da resposta é a mãe da burrice, a pressa em oferecer aquele pitaco idiota ou papagaiar um clichê qualquer pode ser seu mais grave sintoma.

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É perfeitamente possível, e fácil até, ter etiqueta, sem ter educação.
E ser educado, polido, sem ter um mínimo de apreço pelo próximo.
Ser inteligente, e continuar ignorante.
Ter estudo, diploma, e não ter, de fato, uma formação.
Que conhecimento e sabedoria vivem sem o outro, é ponto pacífico.

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Ser um “cidadão do nosso tempo” é essencialmente afirmar com todas as forças não suportar a mentira e a injustiça, e em seguida, dizer que a verdade é relativa e que não existe certo e errado.

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Confúcio disse que “o homem de bem exige tudo de si próprio, e o homem medíocre espera tudo dos outros.” Para Confúcio, um medíocre não é um homem de bem. E ser um medíocre é precisamente ficar na média, fazendo apenas aquilo que deve ser feito, tornando-se assim o homem definido pelo Senhor Jesus como “servo inútil”. Muitos já escreveram que a excelência, o talento evidente, o mérito digno de honra, irrita às hordas medíocres. Charles Swindoll lembra em Eu, um servo? Você está brincando! que a perseguição vem sempre sobre aqueles que fazem o que é certo e que Jesus disso sabia. Swindoll destaca que quando Jesus diz: “bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós”, Jesus não usa o termo “se”, mas sim “quando”. O cristão é o alvo da flecha certeira dos perseguidores e a mediocridade e corrupção reinante mostra que se o mundo nos ama, certamente estamos com algum grave problema.

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Dicionário Brasil:
“Consciência crítica”: ter os clichês dos livros recomendados pelo MEC na ponta da língua.
“Fascista”: Sujeito provido da capacidade de desmentir o livro recomendado pelo MEC.

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Para quem exerce algum cargo de chefia, uma trovinha de Rui Barbosa propõe o auto-exame:

Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Os sofismas da “fé” pós-moderna


Desde os filósofos pré-socráticos se fala nas limitações do conhecimento humano. Mas o Jorge Camargo, que nada entende de Teoria do Conhecimento, endossa o parecer errado do Brian McLaren: “A pós-modernidade não relativiza o que é absoluto. Apenas admite que, diante do absoluto, nossas interpretações serão sempre relativas!” Que Brian McLaren não entende nada de cristianismo, eu já sabia. A novidade aí está: ele também não sabe nada da filosofia (se é que pode ser assim chamada) dita pós-moderna. Quem conhece minimamente a obra de um baluarte do pós-modernismo como Michel Foucault sabe que para ele a verdade é apenas um discurso de poder, é a fala dos mais poderosos, que criam um “regime de verdade”.

Outro ícone dessa turba da sofistas, Jacques Derrida, afirmava que nenhum texto tem sentido objetivo, unívoco, e nele não há sentido absoluto capaz de transcender e ter o mesmo significado em contextos culturais distintos. Não é preciso pensar muito e aplicar esse método hermenêutico aos próprios postulados de Derrida e notar que estes sim, não fazem o menor sentido.

Portanto, chamar esse tipo de asneira com o pomposo nome de “filosofia pós-moderna” é coisa de caipirões que consideram Brian McLaren referência para alguma coisa, como Jorge Camargo e René Padilla, o “pai” da tal “Missão Integral”, que nas primeiras páginas do seu livro “O que é Missão Integral?” cita McLaren. Por aí se vê as intenções de Padilla. Ou alguém aí pensa que está comprometido com a pureza do Evangelho um autor que cita (sem ressalvas) alguém que não vê a cruz de Cristo como o sacrifício expiatório definitivo para a salvação daquele que crê, mas sim como “propaganda enganosa” da fé cristã, e nem acredita na existência do inferno? É o caso de McLaren. Pense comigo: além das Sagradas Escrituras, inerrantes, infalíveis e suficientes, temos dois milênios de história do cristianismo, com seus mártires, heróis, teólogos, filósofos e pregadores apaixonados. E essas figuras escolhem justamente Brian McLaren para falar de fé, da igreja, e outros assuntos.

Sempre lembrando que Foucault e Derrida são ídolos da esquerda acadêmica. E a versão “gospel” do seus lacaios aí estão, com seus artigos na revista Ultimato.

Aí vem o Élben L. Cezar com aquele chororô: “a revista não flerta com o liberalismo teológico” e “não, a Ultimato não é de esquerda”. Esse povo tem uma dificuldade em se assumir... Porém, por mais que não sejam muito chegados no princípio epistemológico da não-contradição, a Bíblia é clara: “Seja seu sim, sim, e seu não, não, e o que passar disso, vem do maligno”. Para o esquerdistas e pós-modernos, isso é puro diletantismo, pura coerção. Para os que crêem na Palavra, ela é o poder de Deus.

Finalizo com vídeo com Brian McLaren se enlameando em heresias (em inglês). Não sem deixar um breve recado do apóstolo João, direto da Bíblia:

Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo. Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão.Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho.
2 João 1:7,8,9.

sábado, 29 de agosto de 2009

Imbecilidades e suas vitrines de hoje e de amanhã

Muros e postes pichados e repletos de cartazes, “stickers” e “lambe-lambes” na região central de Curitiba estão tornando-se ferramentas interessantes para a análise das idéias de algumas das patotas mais afoitas a influenciar a opinião pública – aquela que é sempre uma doente mental, como já lembrava Nélson Rodrigues.

Percebem-se algumas coisas:

(1) - Os vegans vêm aí, e mais radicais. Sabe aquela gente chata, amarelada por falta de proteínas, querendo ser mais santos do que Deus? Pois é. Espalharam pela cidade seu “carne é crime”. Se eu não tivesse mais o que fazer, pegaria o spray e replicava: “ah, bonitão, e a pobrezinho da alface, que nem pode fugir?”, pois não há como levar a sério pessoas que tornam uma mera opção em sua dieta em proposta política. Sim, política, porque taxar alguém de criminoso – no caso, a sociedade atual inteira, praticamente - pelo simples fato de não partilhar dos mesmos hábitos alimentares é até mais do que simplesmente defender um ideal e uma forma de se relacionar com seu corpo e com o meio em que vive. É ser um totalitário assumido.

Outra frase dramática é “Se os açougues tivessem paredes transparentes, ninguém comeria carne”. Prova que o déficit nutricional gera déficit cognitivo e também de vergonha. Viva de gravetos e torne-se um cara-de-pau que pensa truncado.

(2) - Surge um neo-humanismo de beira de estrada que se volta única e exclusivamente ao pacifismo. Luther King e Gandhi são os heróis da turma. Toda e qualquer forma de violência é repudiada. Toda. Jesus pegou o azorrague e pôs ordem e moralidade no templo, e até recomendou aos seus discípulos o porte de espada em certa ocasião. O “homem segundo o coração de Deus”, segunda a Bíblia, foi um rei guerreiro. Portanto, temos em Curitiba mais uma turminha de gente mais amorosa, terna e misericordiosa do que Deus. Não há como não lembrar de G. K Chesterton falando da modernidade como se fosse o conjunto das boas e antigas virtudes cristãs tornadas loucas, pairando soltas e desconexas, distorcendo-se.

(3) - Neonazistas estão à solta. Os punks garantem e advertem. Parece-me que são os únicos figuras aptos a detectá-los, e até porque para eles a violência nazi foi o ferimento de semanas, meses atrás, e não apenas história do século passado, eles sabem o que tal perigo representa. Ao contrário do pelotão de sociologozinhos comunistas da UFPR, cheios de verbas no bolso, menos interessados em pesquisa de campo e alerta a população, do que em legitimar na sala de aula as pichações louvando o MST, o PC do B e o PCB, tão comuns há décadas. Sim, isto cheira a pacto Ribbentrop-Molotov, mas sempre foi mais cômodo para essa turma taxar seus inimigos do dia de “extrema-direita” do que fazer aquilo para o qual são bem pagos.

(4) – Adesivos de gangues com forte propensão a tornarem-se ONGs com boas chances de receberem bufunfa pública (ou seja, o seu e o meu dinheiro), com slogans do tipo “salve o planeta, acabe com os humanos” já podem ser vistos em postes e paredes. Como bem observa o colunista americano Don Feder, eles não especificam o método. Mas após o século XX o que não vai faltar é know-how aos eco-fascistas.

(5) – Óbvia, mas vale comentar: Comum a todos esses grupos é uma escala de valores na qual a opinião dos cidadãos é muito importante (e deve ser mudada), já suas propriedades... não, pois nem o mobiliário urbano é poupado. Sim, eu, você, fulano e beltrano pagamos aquele absurdo em impostos para comprar e manter bancos de praça, sinalização, pontos de ônibus em boas condições de uso, e lá vêm os auto-proclamados visionários de um mundo melhor, para deixar tudo um lixo só.

(6) – Outros grupos: ainda há os adolescebas do “fure o tubo” - que pensam que combustível é capim e se sentem afrontados com, veja só, o dever de pagar a tarifa de ônibus – e o numeroso pessoal do grafite, do hip-hop, com todo aquele talento mal orientado e aquele discurso, misto de petismo, clichês sub-cristãos, asneiras politicamente corretas e defesa da “periferia como padrão estético”. Além dos vândalos vazios de sempre, claro.

Enfim, na propriedade alheia e nos bens públicos, têm aí suas vitrines as manifestações da multiforme imbecilidade humana. Tornam-se visíveis aos poucos, aqui e acolá, algumas de suas novas formas, algumas ainda repudiadas. Logo serão vistas como filosofias respeitáveis e nobres ideais, porque planejadores mundiais como ONU, Clube de Bilderberg, Diálogo Interamericano, CFR e afins sabem o quanto elas podem ser úteis no quadro maior da rede de mentiras com a qual querem enredar a humanidade. A Geração Odara, versão tabajara dos baby-boomers, olha algumas dessas patacoadas com desdém, e com razão. Só esquece que aderiu a outras tão ridículas quanto, as quais só a força do consenso mais bocó pôde atribuir alguma relevância. Mas a pichação de hoje tem tudo para ser o slogan do mainstream cultural e político de amanhã. Estarão nas colunas de jornal, nos cadernos de cultura, na tevê, teatro e cinema. E pior: logo se tornarão leis.

Todos aqueles que não se deixam engambelar por tais sandices já viram e vêem esse filme, que pode passar mais uma vez. É só não fazer nada, já avisava Edmund Burke.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

"Responsabilidade social", ecofarsas e doutrinação ideológica

Publicado no Mídia Sem Máscara

A atitude dos ambientalistas em relação à natureza é análoga à abordagem marxista relacionada à economia.
Václav Klaus

A incorporação ao movimento Nazista de temas ambientalistas foi um fator crucial para a ascensão deles à popularidade e ao poder estatal.
Peter Staudenmaier

Nos anos 1970, o mundo passará por períodos de fome generalizada - centenas de milhões de pessoas morrerão sem ter o que comer.
Paul Ehrlich, no bestseller "The Population Bomb" ( A Bomba Populacional).



Chego atrasado na aula. Sento-me, e, ante a fala da professora Susie Pontarolli, em poucos segundos sou levado a ser brutalmente honesto comigo mesmo e com meus colegas e me manifesto, não sem antes pensar: "há um só lado da questão sendo apresentado, e é direito assegurado na Constituição o ensino imparcial, com o máximo de perspectivas acerca do assunto sendo apresentados em sala de aula". O que era, para mim, para lá de previsível, dado o próprio nome da disciplina numa pós-graduação voltada a Business Education: "Responsabilidade Social e Imagem Corporativa".
Sim, previsível porque o pressuposto, a base de toda essa conversa de "Responsabilidade Social" é que a existência e a atuação das empresas não se legitimam pelo simples fato de elas gerarem renda e empregos, prestarem serviços, oferecerem opções de produtos e pagarem altos impostos ao governo. Para os entusiastas da "responsabilidade social", tudo isso não é o suficiente: a empresa deve se enquadrar nas exigências de ONG's que não geram nada disso, e aí, estão com os bolsos cheios de dinheiro, apontando o dedo e dando lições de moral para um empresariado cada vez mais acuado psicologicamente, que para não ser tachado de politicamente incorreto, acaba por cair na chantagem psicológica desses auto-proclamados descobridores e detentores da fórmula para um "outro mundo possível", no entender deles, "mais justo" e "sustentável".

Voltemos à aula da ativista Susie Pontarolli. Sim, ativista, pois quando expus à turma que eram óbvios os fatores que levaram o Instituto Ethos a ser considerado pelas Nações Unidas e outras dessas "lideranças globais" (que nunca receberam votos de nenhum cidadão do planeta) como um "caso de sucesso" e ter "um alto índice de respeito", ela disse: "me inclua nessa". E quem é "essa"? Bem, o Instituto Ethos foi idelizado por ninguém menos que o militante socialista e cumpincha do PT Oded Grajew. Sim, Grajew, a mesma figura nefanda que fundou o maior encontro global de entusiastas dos governos de Hugo Chávez, Fidel Castro, maconheiros, eco-fascistas, abortistas, gayzistas e congêneres: o Fórum Social Mundial.

Para quem não sabe, o Fórum Social Mundial é financiado por duas das mais influentes fundações multimilionárias junto à ONU e grupos globalistas: as fundações Ford e Rockefeller. Portanto, infere-se o elementar: o prestígio de Grajew se dá pelo fato de que quem lhe atribui relevância recebe grana, influência e meios para ação das mesmas fontes, pois os vínculos entre tais fundações, ONU e outros componentes da máfia globalista estão muito bem documentados. Ainda assim, se você falar, nessa bolha de desinformação chamada Brasil, que há uma rede global a fim de redesenhar as estruturas institucionais e políticas do planeta de acordo com suas fixações ideológicas, logo vem um bobalhão desinformado te dizer: "ah, isso é 'teoria da conspiração". E as aulas das milhares de Susies Pontarollis espalhadas mundo a fora serão tidas como isentas, imparciais e equilibradas.

Tão "equilibrada" era sua aula que, se não fosse eu lembrar de fatos como a Petição do Oregon, na qual mais de 17 mil cientistas manifestaram-se contrários ao alarmismo eco-fascista, e de declarações de cientistas como Claude Allegre e Paul Crutzen, todas as previsões que ela apresentava, mostrando dados da ONG WWF, seriam encaradas como incontestáveis. Falei, mesmo não dominando por completo o assunto, da mera impossibilidade metodológica para se fazer cálculos como fez o Clube de Roma na década de 70, cujos relatórios apontavam para as duas décadas seguintes o esgotamento total de vários recursos naturais do planeta. Eu disse que eles quebraram a cara, e que os globalistas fizeram um novo reagendamento. Termo que ela mesma repetiu, com cara de "como-é-que-esse-cara-sabe?": "sim, reagendamento". Prossegui falando dos estudos de Pascal Bernardin e do atual presidente da República Tcheca, Václav Klaus, incisivos ao afirmar a sanha totalitária e comunista dos "verdes". Esqueci-me, infelizmente, de citar Mikhail Gorbachev, fundador da Cruz Verde internacional, que confessou ser a ecologia a nova estratégia socialista, com todas as letras. Quando o assunto foi o alicerce epistemológico das teses dos climatólogos e dos alarmistas, instaurou-se a confusão. Como a maior parte dos alunos nem sequer sabe (e o pior, nem quer saber) o que é epistemologia, afirmei que, sem esse debate prévio, a aula estaria reduzida à mera propaganda de um dos lados de uma questão polêmica.

Susie Pontarolli teve de recuar, dizendo que apresentava apenas uma perspectiva do assunto. "Vamos ver, de acordo com esse enfoque, a WWF blá blá blá..." Mas logo retornava a afirmar como verdade cabal todos aqueles dados. Não sem papagaiar um dos clichês mais engraçados vindos das bocas "verdes": que, por dia, mais de 100 espécies de animais são extintas, na maior parte, espécies nunca catalogadas. Aí eu perguntei: - professora como é que se contabiliza o que não se conhece? Alguns riram, e após citar o absurdo, ela logo buscou alicerce na lógica mais basilar: "o fato é que os recursos são finitos". Polido, segurei um "ah, não brinca!"

No restante da aula, loas a Betinho, a WWF e à tese da tal "pegada ecológica", que a própria professora assumiu que não entendeu a fundo, videozinho com depoimento e mais elogios rasgados a Grajew e ao Instituto Ethos, fora dar por inquestionável a credibilidade da ONU. Na apostila, só aquele consenso entre impostores como Leonardo Boff, James Lovelock, Fritjof Capra, etc.

Nada de contrapontos, nada de críticas, e quando apresentei algo nesse sentido, "fiquei travando a aula" como me disse um colega no intervalo. Mas propaganda não é aula, nunca foi. E dentro da sala de aula, é ilegal.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Confissão espontânea

A entrevista concedida por Julio Severo à revista Cristianismo Hoje é histórica. Mostra de que lado está boa parte da imprensa sedizente evangélica no país. Para mim não foi surpresa. Desdenhando do posicionamento de Julio Severo, e não levando em conta suas denúncias e a importância dos temas que ele trata, confessaram muito daquilo que denuncio a respeito da mídia cristã e de muitos líderes da igreja no país. Resumo, em termo brandos: o bom-mocismo perante inimigos e falsificadores do Evangelho, e a postura subserviente aos ditames pós-moderninhos, politicamente-corretos e anticristãos hegemônicos. E claro, a superficialidade intelectual.

Não, queridos, o problema não é só do entrevistador. Nada sai numa revista sem a anuência de seu conselho editorial. Vale a pena ver quem são essas pessoas, e ficar cada vez mais atento com o que escrevem ou permitem que seja publicado. Bem, convenhamos... não dá para esperar muito de quem enche a bola de Brennan Manning, de Philip Yancey, o chefão da franquia, Ed René Kivitz e Rick Warren.

É bom ressaltar que esse pessoal possui imensa influência em editoras, universidades, seminários e grandes denominações. Conheci pessoalmente um dos atuais membros do conselho editorial da Cristianismo Hoje: Mark Carpenter, presidente da editora Mundo Cristão, e junto a ele, na ocasião, o atual editor da revista, Marcos Simas ex-proprietário da editora Textus, que tempos atrás se tornou “selo” da Mundo Cristão. Para ser sincero, pareceram-me cristãos sérios, e nada vi que apontasse neles descompromisso com o cristianismo bíblico. Mas aí ocorrem episódios como esse, evidencia-se o perfil da maior parte dos colunistas da publicação, problemas teológicos graves nos livros publicados, e a confessa admiração por autores como Brennan Manning. Fatos a deixar qualquer pessoa que creia na inerrância e na infalibilidade das Sagradas Escrituras, no mínimo, em alerta.

Simas e Carlos Fernandes, jornalista que assina a publicação e entrevistou Julio Severo, já trabalharam com Caio Fábio na antiga revista Vinde. Fica difícil, convenhamos, dissociar a forma com que Severo foi tratado de tais antecedentes.

Dos blogs, conheço outro do conselho editorial: o marqueteiro Volney Faustini, esquerdista e entusiasta da obra de caras como Robinson Cavalcanti e outros liberais teológicos. E lamento ao lembrar que Billy Graham havia originalmente fundado a Christianity Today como alternativa para uma revista evangélica “liberal” (leia-se adepta de ideologias coletivistas e de liberalismo teológico). Infelizmente hoje revista está cada vez mais parecida com o que Billy Graham desejava combater.

Fica aí o exemplo do que sempre comento aqui no blog, não sem críticas e “argumentos” contrários.

Depois as pessoas ainda se espantam do pouco peso que a igreja brasileira exerce sobre os rumos do país.



Leia também:
Liberdade: auto-governo e governo civil
Os evangélicos brasileiros e as causas do Anticristo
Esquerda, Direita e Cristianismo
Política à luz da Bíblia

domingo, 5 de julho de 2009

Contra o quê eles pelejam?

A verdade vem de Deus onde quer que a encontremos, e ela é nossa e é da igreja. Não devemos transformar tais coisas em ídolos, mas a verdade, onde quer que a encontremos, é da igreja.
Richard Sibbes, pastor puritano.


Quase todas as grandes questões discutidas na sociedade sobretudo ao longo dos últimos três séculos, por mais que pareçam meras disputas filosóficas, políticas, ideológicas e científicas, vão além disso. Se é verdade que os desdobramentos últimos das supostas resoluções desses problemas são sempre difíceis de prever, o aspecto subjacente que deve realmente ser identificado como o grande motor da questão deve ficar bem claro aos cristãos e não deve jamais ser perdido de vista: cada conflito existente no campo das idéias, é, em essência, uma batalha na guerra espiritual entre as verdades de Deus contra os sofismas das hostes de Satanás, aquele que vem para “roubar, matar e destruir”.

Sim, a verdade é invencível, pois ela vem de Deus, e Ele mesmo é o Caminho, a Verdade e a Vida. A luta daqueles que não conhecem a Deus e o rejeitam, esses que são “por natureza, filhos da ira”, não é uma luta contra a verdade. Contra ela, eles nada podem fazer, e em certa medida, dependem dela para transformar seus ensinamentos falsos em consenso no seio da sociedade. O que eles querem, por mais apaixonados que se digam pela verdade, é encobri-la. Tantos para eles mesmos como para os outros. Querem roubá-la dos que a possuem. Destruí-la desde dentro (ah, e quantos infiltrados na igreja de Cristo...) e desde fora (você conhece um intelectual e um “livre-pensador” típico).

É claro, contudo, que há muita gente séria, mas iludida, a defender mentiras diabólicas, e pessoas que sempre rejeitaram o Deus dos cristãos, mas não a totalidade das verdades que podem ser descobertas lendo as Escrituras ou observando com um mínimo de honestidade existencial e intelectual a Criação, pela qual muito se pode conhecer dos atributos do Criador.

Mais do que disputas entre linhas teóricas, perspectivas e versões da história, o que temos é uma guerra entre a verdade de Deus e a multidão de mentiras dos “réprobos quanto a fé”, como disse o apóstolo Pedro, dos cuja linguagem “corrói como o câncer”, segundo o apóstolo Paulo, dos aprisionados pelo príncipe deste mundo. Um mundo que “jaz no maligno”.

Parece um tanto dramático? Talvez sim, para alguns. Mas percebamos ou não, a cada verdade encoberta sobre o ser humano, sobre a estrutura da existência, sobre Deus e seus planos para a humanidade, o “inimigo de nossas almas” ganha terreno. E a vida piora já em nossa época, com resultados muitas vezes imediatos. Sem falar nas dificuldades crescentes em mostrar a seres humanos cada vez mais desnorteados intelectual, social e espiritualmente, as verdades excelsas do amor de Deus, seu plano de Redenção e sua vontade específica para cada homem, vontade que é “boa, perfeita e agradável”, por mais que muitas vezes incompreensível.

Note: em cada grande reivindicação, a cada grande polêmica levantada pelos “cidadãos do nosso tempo”, os portadores da tal “consciência moderna”, há sempre uma grande objeção à fé cristã, direta, ou subjacente. Dos abortistas aos planejadores sócio-econômicos, dos eco-fascistas aos cientificistas militantes, só se pode vê-los como “pessoas em busca de um mundo melhor” se o discípulo de Cristo entender que para os tais, “mundo melhor” é sinônimo de “mundo sem o Deus Verdadeiro e suas verdades”. Essa é a “luta” deles. Uma luta contra Deus, contra seu próprio Criador.

sábado, 23 de maio de 2009

Para avaliar a crítica à Igreja


Todo cristão sabe que viver o Evangelho não é tão simples. Tudo que é real, verdadeiro, é complexo, como complexa é a realidade, já observava C. S. Lewis. É só com a presença do Espírito Santo em sua vida, que o homem pode viver segundo os preceitos de Cristo, e perfeição, só com a Redenção plena consumada. Mesmo assim, estou pra ver um esporte tão irresponsavelmente praticado, algo ser feito de forma tão leviana quanto a crítica à Igreja. E aí estão as grandes publicações evangélicas, com gente séria, sim, disposta a exortar e a servir a seus irmãos, repartindo conhecimento, mas também com batalhões de pitaqueiros e suas colunas fixas, que não me deixam mentir.

Sem querer repetir o ar professoral dos textos insossos de muitos desses presunçosos, apresento aqui algumas perguntas que faço quando busco avaliar a qualidade do trabalho de alguns destes auto-nomeados guias da igreja brasileira. Algumas óbvias, algumas difíceis. Necessárias, mas não sei se suficientes. Mas que valem também para todas as outras leituras. Reportagens, aulas, ensaios, documentários, colunas de jornais, de revistas não-cristãs, etc.. Ao identificar fragilidades no meu método, aí está minha caixa de comentários. Me ajude.

1 - Quem a faz?

2 - De quê ele reclama?

3 - Como o faz? Ele está alicerçado numa visão de mundo realmente cristã, bíblica? Como é a sua argumentação? Há rigor lógico e conceitual na exposição de suas teses, ou tudo se reduz a opiniões pessoais? Aqui há uma questão fundamental: se você identificar uma lógica manca, falácias, conclusões que não condizem com as premissas, há boa probabilidade de você estar lendo um picareta. Outro ponto a ser destacado: o importante é que o colunista enxergue o objeto, o assunto do seu artigo com clareza. Às vezes uma argumentação aparentemente rigorosa esconde desconhecimento sobre aspectos elementares do assunto. Quem já leu o Delfim Neto sabe do que estou falando.

4 - De qual perspectiva? (teológica, política, filosófica, etc...)

5 - Quando a fez? Em que momento está, com quais contextos históricos faz comparações e qual é sua interpretação histórica?

6 - Por que a faz? O quê o motiva a fazê-la. (Se confessa suas motivações, comparar com os possíveis desdobramentos e conseqüências de tal crítica. Se o crítico não faz isso, seu histórico e posicionamentos intelectuais esclarecem muita coisa. Apelar para sub-freudismos chulos – mania nacional – do tipo: "ih, esse aí brigou com a mulher", não resolve o problema e evidencia mais a SUA tosquice intelectual do que a do crítico em análise. Tentar "ler as entrelinhas", no sentido de tentar identificar motivações de forma puramente subjetiva, fazendo eisegeses (impor sentidos ao texto) grosseiras – outra mania comum, que pegou graças ao freudismo tido em boa conta por muita gente, também confunde mais do que esclarece.)

7 - Como se dá a relação entre: identificação com o problema/intercessão/sentimentos/posições intelectuais que se evidenciam na crítica. A igreja é o Corpo de Cristo, a família com muito irmãos na qual Jesus é o primogênito, é a noiva do Senhor. Tendo sempre isso em mente, pode-se perceber se o autor escreve com o intuito de servir à igreja, com amor, ou apenas para aparecer, o que é muito comum.

8 – Qual o histórico, no campo da idéias, e o perfil dos entusiastas do posicionamento do crítico. Quem são, quem são seu mentores, quem são seus comparsas, o que pensam. Vale lembrar a promessa de Cristo sobre a possibilidade de conhecimento objetivo e certeiro quanto a isso: “Pelos frutos os conhecereis”. Glória somente ao Cordeiro!

Para concluir, mais duas observações:

1 - Se há dificuldades em tentar responder para si mesmo algumas dessas questões, e não é fácil mesmo – e se você considera fácil, cuidado -, busque cristãos sérios que possam orientar suas leituras, participe de grupos de estudo bíblico, teológico e filosófico. Eu faço parte de um, e ajuda muito. Lembre-se dos grandes heróis da fé, pregadores e avivalistas da história: sempre sedentos por Deus, e incansáveis na busca por conhecimento.

2 – Sim, a mula pode falar a Balaão. Deus pode usar quem menos imaginávamos, para nos mostrar fatos e verdades importantes do que tem acontecido à igreja e sobre o que ela tem feito. Por mais que discordemos de tudo mais que a mula defenda. Mas a mula falar é a exceção, não a regra, e cautela é necessária.

Se você quiser fazer crítica eclesiológica:

Sem buscar discernimento e sabedoria da parte de Deus, e sem base nas Escrituras, nem comece. Você será parte do problema, e só contribuirá para o diagnóstico como amostra, evidenciando sintomas. Nesse sentido, todo cristão dá sua contribuição, queira ou não. Já o número dos que têm algo a acrescentar, a edificar, é muito menor.
E só faça isso se você tem tal chamado. Não imite esses intelectualóides frívolos que são pagos para encher de letrinhas as páginas de certas revistas ditas evangélicas. Não se exponha ao ridículo, você é filho do Rei do Reis.

sábado, 2 de maio de 2009

Declan Ganley e o Libertas: resistência à proto-ditadura européia

Publicado no site Mídia Sem Máscara.



Que a União Européia é o modelo maior de estado supra-nacional que, aos poucos vai corroendo toda a autonomia política, jurídica, econômica, militar e mesmo cultural dos países que a ela se inserem, só ainda não vê quem não quer. Mas a resistência a essa proto-ditadura também já adquire contornos pan-europeus. E um dos fatos mais visíveis nesse sentido é a atuação do empresário irlandês Declan Ganley, fundador e líder do movimento Libertas, um dos principais responsáveis pela vitória na “campanha do não” na Irlanda em junho passado, no único país europeu em que a opinião do povo foi levada em conta, por meio de referendo, no que tange à adesão ao Tratado de Lisboa, que confere ainda mais poder à Comunidade Européia sobre os países membros.

Quase nada se falou, nem mesmo nos meios conservadores, sobre Declan Ganley até agora. Como jornalista, considero muito alta a possibilidade de que seu nome fique conhecido em âmbito mundial por meio da caricatura e do factóide, já que ele é, sim, uma pedra no sapato das hordas “globalitárias”. Por isso, é bom passar algumas informações sobre Ganley, o Libertas e o porquê de sua relevância na esfera política mundial, antes que a desinformatsia da New World Order o faça.

Declan James Ganley tem 40 anos e é presidente da Rivada Networks, empresa de telecomunicações que fez amplos investimentos no leste europeu. Tem experiência em gestão de grandes projetos públicos nas áreas de economia, segurança, tecnologia e assuntos estratégicos, tendo atuado em países como Letônia, Rússia e nos Estados Unidos, onde foi premiado por seu auxílio à restauração das redes de segurança pública no estado de Louisiana. Mas, ao contrário dos típicos empresários brasileiros, que, estupidificados, se inflam de “culpa burguesa” e logo passam a papagaiar os slogans de vigaristas da “responsabilidade social” como Oded Grajew, Ganley tem uma visão muito clara dos rumos políticos que o mundo tomará se as pessoas que amam a liberdade e ainda dela desfrutam não se posicionarem. Fundou o primeiro movimento político pan-europeu, o Libertas, que denuncia a falta de transparência, a natureza antidemocrática e desrespeito pelos interesses dos países que integram a União Européia.

À frente do Libertas, Ganley ficou conhecido como “Mr. No”, “Senhor Não”, durante a campanha sobre o Tratado de Lisboa, mobilizando ativistas em toda a Irlanda que se valeram de cartazes, panfletos e helicópteros para denunciar o autoritarismo e os equívocos nas medidas econômicas presentes no documento que vale como uma nova Constituição Européia. Como o próprio premier irlandês Brian Cowe admitiu não ter lido na ocasião o Tratado na íntegra, Ganley se posicionou perante a população como “o homem que leu o tratado”. Mesmo admitindo não ser contrário à integração do bloco, no site do Libertas a mensagem é clara:

O outrora honesto e inclusivo governo da União tornou-se irresponsável, sombrio e antidemocrático. Os Tratados propostos recentemente iriam alargar o fosso entre as elites governantes de Bruxelas e o povo Europeu. E lamentavelmente quando esses tratados foram rejeitados pelo povo Francês, Holandês e Irlandês, a vontade democrática do povo foi ignorada.

Como pode se ver, lá, como cá, quando se trata dos interesses dos globalistas e da burocracia assentada em Bruxelas – como legalização do aborto, eutanásia, desarmamento, intrusões nas liberdades individuais, etc. – todo sim é definitivo e torna-se cláusula pétrea na legislação, e todo não é provisório. Deve ser driblado ou contestado por meio de novo referendo, dois ou três anos depois. Vale lembrar que o Tratado de Lisboa foi submetido a referendo na Irlanda três anos após o colapso da Constituição da UE. A tartaruga dos socialistas fabianos de Bruxelas e da ONU pode até ser lenta, mas é pesada, teimosa, e pouco disfarça seu modus operandi autoritário.

À época do referendo irlandês, Mario Vargas Llosa alertou que a cada derrota dos eurófilos, novas medidas de centralização de poder são tomadas, sem levar em conta a preocupação dos cidadãos com o aumento da burocracia européia e que uma Carta de Direitos significativa não poderia surgir e ter legitimidade num contexto desses. É nessa tecla que o Libertas toca, e com isso obtém cada vez mais atenção, passando a ser visto como uma alternativa viável para as eleições para o Parlamento Europeu, que serão em junho, com o movimento lançando candidatos por todo o Velho Continente.

Neste dia 1o de maio, acontece a primeira convenção do Libertas, Roma, com a presença e apoio de Lech Walesa, que já declarou que o Libertas tem potencial para fazer a Europa mudar para melhor. A repercussão vai aumentar, e as notícias chegarão. Provavelmente tortas. Mas vale a pena aguardar.

segunda-feira, 2 de março de 2009

150 anos de “A Origem das Espécies”. Comemorar o quê?

Nem os evolucionistas, nem a humanidade em geral, têm o quê comemorar com os 150 anos da publicação da primeira edição do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Os primeiros, com um mínimo de honestidade intelectual, devem perceber que, ao longo deste século e meio, pulularam fortes objeções às suas mais preciosas convicções. Da gritante ausência nos registros fósseis (alguns até falsos, forjados) até à fragilidade metodológica da Datação Geralmente Aceita (DGA), (imprescindível para defender uma idade da Terra muita alta, condição necessária – mas não suficiente - para a evolução), sem falar no tiroteio teórico existente entre darwinistas clássicos, os heterodoxos e de outras linhas evolucionistas. Entre eles há autores chegando a dizer que o evolucionismo nem sequer é uma teoria, como Robert Peters. Enfim, a situação deles é complicada.

Sim, no imaginário coletivo, a força do evolucionismo é grande. Muita gente ainda confunde acreditar em dinossauros com acreditar que uma ameba virou macaco, e o macaco virou homem. É entre os leigos que eles desfrutam de outro triunfo, mais fácil de desmascarar, contudo: fizeram o povo pensar que há um problema grave com o fato de uma teoria científica, como é o caso de sua principal “rival”, o criacionismo, ter inspiração religiosa. Mas não há nenhum problema real de ordem científica nisso, e, na verdade, o mesmo se aplica ao evolucionismo: Darwin apenas deu uma roupagem ateísta e científica a uma velha crendice gnóstica (o que Marx fez com o socialismo, que muito antes dele já inspirava as conversas de velhos círculos ocultistas, teosóficos e espíritas europeus. Acorde para a vida, “esquerda cristã” ignorante!).

Para piorar, autores como Richard Dawkins, querendo transformar a teoria em fato e chegando a conclusões grosseiras por meio de argumentos pseudo-filosóficos que beiram a infantilidade intelectual (vejam o que tem a dizer Alvin Plantinga, Alister McGrath ou William Lane Craig a respeito), envergonham e descredibilizam ainda mais o representantes sérios do evolucionismo. “Não me confunda com ele”, disse um cientista ateu para McGrath.

Para a humanidade em geral também, nada a comemorar. O evolucionismo contribui para dar ares de cientificidade ao racismo. E aí estão os textos de Darwin e de discípulos seus como Haekel e Huxsley. Também transformou em “verdade científica” o que há de mais irracional: algumas das piores ideologias. Estas, por definição, desprezam a mediação empírica com a realidade. Como negar o apoio da teoria da evolução ao socialismo, esse monstro que gerou mentalidades, governos e outras instituições genocidas? Como negar as ligações entre o nazismo e essa teoria, além do fato do nazismo nada mais ser do que uma derivação nacionalista alemã do socialismo?

Também não há como negar que, mesmo tendo origens no gnosticismo, a teoria da evolução foi talvez a principal causadora da cisão entre a ciência e a fé na mentalidade moderna. Não foram poucos os que perderam a fé graças a essa falsa dicotomia, que, mesmo em muitos dos mais inteligentemente espirituais, reduziu suas certezas a um fideísmo (usar a razão para afirmar, sobre a fé, que fé e razão não se misturam) tosco que emburreceu as massas, e jogou o homem moderno num vácuo espiritual e num labirinto cognitivo do qual grandes contingentes de cristãos ainda têm dificuldade em encontrar a saída.



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