sexta-feira, 9 de junho de 2006

Política à luz da Bíblia

Dias atrás, ao comentar no blog O Tempora O Mores, fiz uma brincadeira com o teólogo Solano Portela: afirmei que lançaria a campanha “SSS - Senta o sarrafo, Solano!” para incentivá-lo a escrever mais sobre política. O motivo é simples: quando a maior parte dos mestres no ensino das Sagradas Escrituras parece sucumbir à ideologia socialista, encontro um teólogo cujos textos merecem mais destaque pelo simples fato de refutar toda essa série de mentiras grotescas recorrendo simplesmente à leitura cuidadosa da Bíblia. E sem ginástica retórica.

Segue alguns trechos de seus artigos.
Sobre o socialismo:

(...) alguns proponentes mais insistentes passam a defender que a visão socialista é algo típico do Novo Testamento, apelando ao registro de Atos 2.42-47 – à comunidade de bens. Mas a exegese correta do relato, à luz do contexto textual e histórico, não fornece qualquer base para um modelo comunista de governo aplicável às nações da terra. Primeiro, temos aqui um registro histórico-descritivo de um micro-cosmo social existente entre cristãos, não uma definição prescritiva aos governos e governantes (um texto prescritivo é, por exemplo, a passagem claramente anti-socialista de 1 Ts 3.10 – “se alguém não quer trabalhar, também não coma”).(...)
Precisamos, como cristãos, reconhecer que essa moda de subscrição à cartilha socialista, que perdura há várias décadas, é carente de sustentação teológica e capenga em uma premissa que é totalmente anti-bíblica: a bondade natural do homem.
­ Do artigo Socialismo na Bíblia? Mitos e verdades

Sobre as atribuições bíblicas do Estado, Solano ressalta:

(...)O livro que Deus escreveu para o homem – A Bíblia – ensina a origem da autoridade, e constatamos que ela procede de Deus (João 19.10-11). Ela também nos faz entender a origem do estado, e constatamos que ele se tornou necessário após a queda do homem em pecado, sendo formalmente instituído após o dilúvio (Gênesis 9); igualmente ela explicita o propósito principal do governo – a segurança dos seus governados (Romanos 13).
(...)
Em todas essas questões, vamos encontrar a Bíblia dando diretrizes que focalizam a tarefa principal do governo – a repressão aos malfeitores e o reconhecimento dos que praticam o bem (1 Pedro 2.13-14).
(...)
Na sociedade, a autoridade recebida de Deus é exercida pelo governo civil. Sem dúvida, de acordo com o texto magno de Romanos 13.1-7, os governantes têm a obrigação primordial de zelar pela ordem civil. É simples assim! Todas as demais questões nas quais se envolvem, são supérfluas. Todas elas tiram o foco e a concentração do principal – essa é a grande razão de estarmos envolvidos neste caos – porque durante anos, o governo tem sido voraz e temos alimentado a sua insaciabilidade.
Do artigo Insegurança e Comoção Social – quando o governo perde o foco do seu propósito principal

Outras excelentes ponderações também podem ser encontradas no artigo FOME, capitalismo e a necessidade de precisão na análise.

Oro para que cada vez mais os cristãos sejam sal da terra e luz do mundo também no que tange à política. Que ao invés de politizar a Igreja - o que muitos têm feito – a Igreja passe a fazer com que os princípios eternos da Palavra de Deus influenciem cada vez mais nossas lideranças e nosso quadro institucional. Assim o Brasil poderá, de fato, ser uma nação cujo Deus é o Senhor.

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