Assaltar um banco. Não, você não faria isso. Um homicídio? Tampouco, jamais. E é por saber que você não faria isso que o diabo não irá te tentar com propostas dessas. Quando vejo um irmão com sua chama meio apagada, papagaiando idéias alheias à Palavra, pessoa outrora referência de devoção, sabedoria e zelo, tenho certeza que, para chegar neste estágio, nada ocorreu da noite para o dia. Houve um processo, no qual se inclui uma série de fatores, como aquela acomodação advinda do orgulho (normalmente fruto da comparação com outros irmãos) capaz de, primeiramente, diminuir o ritmo de crescimento de uma vida espiritual, para depois, interrompe-lo. Por fim, inicia-se o retrocesso que faz o porco lavado ao retornar ao lodaçal, para ficar com as palavras do apóstolo.
E aí está nosso irmãozinho. Sedizente cristão, mas já com aqueles adereços que não foram produzidos na feirinha do arraial dos santos: palavrório, posturas e valores que já conhecemos bem, onipresentes na indústria cultural, e que tão facilmente brotam da alma de um ser humano entregue a si mesmo, ansioso por ‘liberdade’ e ‘independência’.
O que quero destacar é que a deteriorização da vida espiritual nunca é brusca, abrupta. O cristão descuida-se, aceita uma sugestão diferente aqui, outra ali, cede um pouco mais acolá. Isso pode durar semanas, ou meses. Até que chega um bacaninha, questiona alguma ordenança bíblica de forma muito bem disfarçada, sutil e sagaz. E o discípulo pensa: "É, não é bem assim".
A partir daí, acelera-se a derrocada. Em pouco tempo, poderemos ver o ex-líder de adoração num carro alegórico de escola de samba. É sempre fácil encontrar pessoas amadas neste processo, em estágios menos ou mais avançados em nossas famílias e na Igreja. A atitude mais comum e miserável é por o dedo em riste e entrar no batalhão da patrulha farisaica, que nunca tem problemas de excesso de contingente. E lá vai mais um ditado sueco para lembrar o povo de Deus que superambundante graça precisar ser espalhada a qualquer pessoa, em qualquer situação: "Procure me amar quando eu menos merecer, porque é quando mais preciso". Na mesma direção, as Sagradas Escrituras dizem:
"Se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu Filho, muito mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida".
Romanos 5:10 (Bíblia Sagrada, trad. Almeida. Revista e Atualizada)
Resgatemos nossos soldados contaminados, que estão atrás das linhas inimigas.
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