José Ingenieros, em uma bela obra chamada O Homem Medíocre, alerta:
“Aquele que tem méritos sabe o que eles custam, e os respeita; estima, nos outros, o que desejaria que os outros estimassem nele. O medíocre ignora esta admiração franca: muitas vezes se resigna a aceitar o triunfo que ultrapassa as restrições da sua inveja. Mas aceitar não é amar, resignar-se não é admirar. Os espíritos de asas curtas são malévolos; os grandes engenhos são admirativos”.
É verdade que elogios são facas de dois gumes, pois podem inflar o ego de quem o recebe de forma patológica. Fazê-los e recebê-los, é, definitivamente, uma arte que requer sabedoria e sensatez. Mas a pessoa que reluta em ter por outras a admiração que inspira elogios sinceros, mesmo para notórios merecedores, pode estar sofrendo desse mal, que é como uma metástase que corrói tanto o caráter quanto a auto-estima: a inveja. Fruto de uma comparação que gera um sentimento de inferioridade ressentida e impotência, a inveja logo torna-se ódio. E todo ódio é suicida. Sofre mais quem odeia do que o odiado. Com razão Davi cantou: “cria em mim, Senhor, um coração puro”.
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