Defender a ortodoxia, a sã doutrina, a Palavra de Deus pura e simples que nos foi deixada e que o Senhor Jesus nos mandou examinar não significa ficar de trelélé teológico com gente que se atém a pormenores e, por causa deles, se desentende, briga e deixa de ter comunhão com seus irmãos. Enfim, gente que por causa do micro, perde o macro de vista. É claro que um pouco de fermento pode levedar toda a massa, e bem sei que o apóstolo Paulo nos alertou contra aqueles que tentam nos enredar com suas vãs sutilezas. Mas percebo que há irmãozinhos que não conseguem vislumbrar para si mesmos outra atividade além da picuinha teológica com outros irmãos. Fazem disso um “ministério”. E vai aspas aí. E lá vêm as maricotas: tradicionais x pentecostais, calvinistas x arminianos, monergistas x sinergistas, além de toda aquela chateação entre as muitas linhas dentro da Escatologia Bíblica.
Engraçado é que esse povo chegado num forobodel teológico, assim que sai do ambiente reformado/evangélico/protestante (ou coisa que o valha), parece vira-lata caseiro quando sai dos domínios de seu dono e volta para a rua. Basta um ateu, um agnóstico ou um fiel de qualquer outra seita, que não pensa nas mesmas categorias que ele, bater o pé, que o zelotezinho criador de caso sai correndo. Se embanana pra responder, sente-se acuado, amaldiçoa gratuitamente, leva para o lado pessoal e mostra toda a envergadura espiritual de quem ainda não percebeu que os alicerces supremos do Evangelho estão no AMOR, no aspecto relacional, e não naquele hermeneuticismo racionalistóide vulgar dos que, por medo do cristianismo falso, não conseguem viver o cristianismo verdadeiro.
Gente, vocês vão me desculpar, mas porque vocês não vão evangelizar? Porque não vão mostrar a secularistas de diversas correntes a miséria conceitual de cada uma delas, para que, a partir disso, eles possam ver a autenticidade da fé cristã e, assim, se convertam? Para mim, ortodoxo digno do nome está muito mais preocupado e preparado para esse confronto, pois visa levar almas ao arrependimento e à salvação, do que para o debate sobre detalhes teológicos dentro dos meandros eclesiásticos. Que, claro não pode ser tido como irrelevante. Desde que feito na hora certa, no ambiente certo, com as pessoas certas. Aquele debate incondicionalmente guiado pelo Espírito Santo de Deus.
O evangelho verdadeiro nos leva a um relacionamento profundo e íntimo com o Senhor Jesus. O evangelho verdadeiro faz-nos ser guiados pelo Espírito Santo para ter comunhão plena com nossos irmãos, apesar das diferenças pontuais. A ortodoxia verdadeira nos leva ao amor, nos conduz a buscar pontos de contato e harmonia e não a buscar pontos de choque e desavença. A ortodoxia verdadeira sabe que não é uma teologia perfeita que transforma vidas e salva do inferno. É o amor a Cristo, que nos leva a submissão a seus excelsos mandamentos. É a obediência à direção do Espírito Santo, que nos levará a ter uma vida santificada. Sem santidade ninguém verá Deus.
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