"Ó Deus, não te amo, nem mesmo quero amar-te, mas desejo querer amar-te".
Teresa de Ávila
O brasileiro, nascido e criado nessa terra onde a informalidade escolheu esparramar desleixadamente seus longos tentáculos e fazer sua morada, pode correr o risco de transferir para sua vida espiritual, seguindo uma lei psíquica das compensações, uma reverência que, ao invés de fazê-lo posicionar-se de maneira sensata perante Deus, leve-o a ter uma atitude "cheia de dedos" ante o Criador. Uma reverência que não o posiciona na sua exata condição de servo e filho, mas uma reverência que faz com que se perca de vista a magnitude dos atributos de Deus e a dimensão dos esforços que Deus fez para poder se relacionar com aqueles que são o seu maior sonho e objeto máximo do seu amor: os seres humanos.
O homem que distorce o sentido da reverência a esse ponto, perde algo muito valioso em sua caminhada espiritual: a autenticidade e a transparência perante Deus. As conseqüências disso logo aparecerão: da dificuldade de apresentar suas aflições ao Pai, do não "lançar sobre Ele toda nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós", surge um estado constante de angústia. Da dificuldade de confessar a Deus seu pecado, surge o sentimento de culpa, e a mão dEle começa a pesar sobre o homem, como pesou sobre Davi, que conseguiu admitir sua dificuldade em deixar de ocultar seus pecados a Deus. Assim, o homem acaba por atrapalhar a boa obra que Deus está a realizar em sua vidas, pois não se entrega plenamente a Ele. Como se sabe, o Espírito Santo não agirá na vida daquele que não lhe der permissão para agir.
Concluindo (senão o post fica longo demais e eu me passo por chato - mais uma vez):
* Homens que foram francos com Deus tiveram suas orações respondidas. Na Bíblia há vários exemplos.
* Homens que são francos com Deus têm seus pecados perdoados. Deus não resiste a um coração sincero e contrito.
Deus deseja se relacionar com cada homem na condição de Pai. Um Pai que anseia por sinceridade, franqueza, devoção e respeito. Um respeito advindo do reconhecimento da sua santa e doce onisciência, da sua fidelidade e do seu infinito amor.
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