terça-feira, 1 de novembro de 2005

Perdoar-se

Reconhecer a falha, arrepender-se e pedir o perdão de Deus. Atitudes fundamentais, propulsoras do mais autêntico Cristianismo. Mas há uma outra sobre qual muito pouco se comenta. É o perdoar a si mesmo. Quantas vezes pedi o perdão de Deus e continuava me culpando. Nessas ocasiões, andei tão decepcionado comigo mesmo que cheguei a duvidar que o Pai havia me perdoado. Esse posicionamento acabava com a minha alegria, me secava, e fazia com que eu confundisse essa sequidão com quebrantamento, minha sisudez com seriedade e a alegria dos meus irmãos com frivolidade.

A principal causa disso tinha nome: orgulho. Eu me achava grande coisa, e, ao ver que não era, ficava decepcionado comigo mesmo. Daí para começar a julgar os outros, era um passo, pois se há algo que o ser humano adora, é se comparar com o outro. René Girard explica, como diz minha amiga Norma. Com o tempo, percebi que uma outra forma de se tornar um fariseu hipócrita, além de não reconhecer o próprio pecado, é não se perdoar.

Se eu não tiver fé no perdão de Deus, ele não fará efeito algum... e não há nada pior do que duvidar da eficácia e da validade do sacrifício de Jesus, pois é da cruz que emana a graça.

Arrepender-se, pedir o perdão de Deus, não duvidar da remissão dos pecados, e perdoar a si mesmo. Agindo assim ninguém se torna um apóstata.

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